Reabilitação

 

 

Segundo o estudo da OCDE realizado em Maio de 2011- Providing and Paying for Long-term care:

  • das pessoas com mais de 65 anos, 25% têm algum tipo de dependência e das que têm mais de 80 anos, metade necessitam de apoio continuado;
  •  cerca de 70% do apoio a pessoa dependentes é efectuada no próprio domicílio; e a população que recebe apoio em instituições (30%) absorve 60% da despesa total;
  • o internamento crescente de pessoas dependentes, para além dos efeitos negativos da institucionalização, exercerá uma forte pressão financeira nos sistemas de saúde e apoio soCIAL;
  •  é necessário apoiar os Cuidadores Familiares (família e amigos) munindo-os de apoio, informação e suporte que lhes permita prosseguir a difícil tarefa de cuidar.


A assistência profissional não deve ser direccionada somente ao paciente, mas também à sua família, no papel de cuidador domiciliar, de unidade de cuidados de saúde. Surge assim o conceito de internamento domiciliar, que segundo Bolonhezi, Fina e Ramão (2005) é “o nome dado ao cuidado prestado no domicílio ao paciente, em substituição ou alternativa à hospitalização por uma equipa técnica habilitada e multiprofissional da área de saúde, com estrutura e logística de apoio, integrado a um programa específico com essa finalidade”, enfocando-se na promoção e prevenção à saúde e na humanização das acções (Silva, et al., 2005). 

 

  • Musicoterapia

Na ocorrência de um AVC, o dano causado no cérebro poderá vir a provocar a perda da sua função, mas através do fenómeno da neuroplasticidade, o cérebro tem a capacidade de se reajustar funcionalmente, através de uma reorganização dos mapas corticais. De acordo com estudos realizados por Weiner et al. (2003), os sons desencadeiam efeitos positivos no cérebro. A música e os ruídos parecem ser processados em zonas distintas no córtex auditivo e no tronco cerebral.

A percepção musical envolve tanto as áreas primárias como as secundárias do sistema auditivo, assim como também as áreas de associação auditivas nos lobos temporais, que se encontram sobre os ouvidos, recebendo o input dos mesmos através do tálamo. Segundo Springer e Deutsch (1998), o hemisfério direito assume um papel importante na atividade musical.

Na sequência de uma lesão cerebral, como ocorre em muitos pacientes depois de um acidente vascular cerebral, verifica-se perturbações na linguagem como a afasia, em que as áreas corticais encontram-se inibidas. Contudo, através de uma linguagem incorporada na música, essa áreas podem ser ativadas de novo, desde que o paciente estabeleça uma relação com o terapeuta (Sacks, 2008). Desta forma, o terapeuta conduz o paciente a formas de linguagem cada vez mais complexas. Albert, Sparks e Helm (1973), realizaram uma forma de musicoterapia, designada de “Terapia da entoação melódica”, em que os pacientes eram ensinados a cantar frases curtas e, com o tempo, os elementos musicais iam sendo retirados até ao ponto de o paciente ser capaz de dizer alguma coisa sem o auxílio da entoação.

  • Dançaterapia

Uma outra forma de terapia é através da dança, em que fornece estímulos, despertando áreas adormecidas e em que é possível ter um conhecimento próprio do corpo, fazendo com que se crie consciência de ultrapassar os próprios limites (Fux, 1988). Desta forma, a dançaterapia permite que se desenvolva as capacidades cognitivas, tais como a motivação e a memória, trazendo benefícios que diminuem a rigidez muscular e a ansiedade, e proporcionando a inclusão social e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Braga, Melo, Labronici, Cunha e Oliveira (2002), afirma que a dança torna possível ter um auto conhecimento através do toque, para além de aumentar a percepção corporal, o relaxamento dos músculos e favorecimento quer doo desenvolvimento físico, quer o motor, quer do neurológico e do intelectual. A auto-imagem é melhorada através do estímulo das percepções e de sensações visuais. A partir dos estudos de Bertoldi (1997), conseguimos averiguar que através da dança, 75% dos participantes tem a capacidade de desenvolver grupos de músculos que anteriormente não tinham sido trabalhos noutras atividades.

O desempenho nas atividades de vida diárias, é capaz de alterar o estado mental dos pacientes pós AVC, o que permite concluir que a deficiência cognitiva pode influenciar o prognóstico da sua independência (Calasans & Alouche, 2004). A terapia através da dança proporcionou uma melhora no aspecto motor, no aspecto psicológico e no aspecto social. No que diz respeito ao aspecto motor, verificamos uma diminuição da espasticidade, a manutenção da mobilidade e a melhora das atividades diárias. No que toca ao aspecto psicológico, averigua-se uma diminuição da depressão e no aspecto social uma melhoria da qualidade de vida.